Qual o momento ideal para procurar um pediatra e evitar que meu filho seja diagnosticado tardiamente caso tenha alguma doença crônica?
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O pediatra é o médico responsável pelo atendimento global da criança, desde o nascimento até a adolescência. O Dia Nacional do Pediatra, celebrado anualmente em 27 de julho, marca a importância de profissionais capacitados para cuidar de mais de 32 milhões de crianças que vivem atualmente no Brasil. A efeméride foi instituída como marco do dia de fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
De acordo com a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mais do que apenas celebrar os profissionais, a data reforça os desafios dos pediatras no cenário atual, entre eles o aumento das doenças crônicas consideradas próprias do adulto, como excesso de peso, dislipidemia e síndrome metabólica na infância e adolescência, e o aumento das doenças psiquiátricas e número de suicídios entre crianças e adolescentes.
Conforme destaca o órgão da Unifesp em seu site, além de lidar com desafios do panorama atual, pediatras são os responsáveis pelo aumento da sobrevida de crianças com antecedentes de prematuridade, malformações congênitas e doenças crônicas, em especial por permitirem que diagnósticos de distúrbios sejam realizados com antecedência e que o público infantil receba o tratamento adequado.
O profissional é responsável por prevenir e tratar doenças do público infantil, e também trazer informações e orientações fundamentais, relacionadas a amamentação, introdução alimentar, questões nutricionais, avaliações periódicas, desenvolvimento, peso e estatura. Também auxilia na verificação da carteirinha de vacinação e indica as vitaminas necessárias, de acordo com cada faixa etária.
Primeira consulta com pediatra deve ocorrer ainda no pré-natal
Segundo as orientações da SBP, a primeira consulta com o pediatra deve ser ainda no pré-natal, após 32 semanas de gestação. É importante que a mãe receba orientações sobre o parto, pós-parto, enxoval e amamentação. Nos casos em que não houver esse tipo de acompanhamento, é recomendado que o bebê passe em consulta já na primeira semana de vida.
Além de acompanhar a mãe antes mesmo do nascimento do bebê, o pediatra pode estar com a paciente na sala de parto, para garantir a sua “hora dourada”, proteger a amamentação e evitar que procedimentos desnecessários sejam feitos, de forma a manter, em condições normais, a vontade e o respeito ao plano de parto daquela mulher.
Pediatra da rede de clínicas AmorSaúde, parceira do Cartão de Todos, Saskia Regina Freitas Coppens reforça que o acompanhamento médico de uma criança deve começar desde o seu nascimento para evitar diagnósticos tardios e o desenvolvimento ininterrupto de doenças.
“Assim que um bebê recebe alta da maternidade, deve ser consultado por um pediatra em média com 7 dias de vida. Essa criança deve permanecer em contato com o profissional pelo menos até os 12 anos de idade em acompanhamento frequente”, pontua a profissional.
Quanto procurar o pediatra e evitar algum agravamento?
Mas qual o momento ideal para procurar um pediatra para o meu filho e evitar que ele seja diagnosticado tardiamente caso tenha alguma doença crônica?
Primeiro é importante destacar que uma consulta não serve apenas para identificar ou tratar uma doença. Serve também para observar e retratar a criança em todos os sentidos, incluindo os comportamentais, nos quais o pediatra avalia a necessidade de encaminhamento a outros especialistas. Esse risco, segundo o estudo, é ainda maior para crianças com doenças crônicas, como asma e problemas cardíacos.
A importância do diagnóstico precoce e da visita frequente de crianças a seus médicos pediatras encontra base na pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na qual, após a realização de exames em mais de 20 mil crianças, constatou que aqueles que não comparecem à quantidade recomendada pela Academia Americana de Pediatra até os 3 anos de idade têm o dobro de probabilidade de serem hospitalizados.
No primeiro ano de vida, é recomendada, pelo menos, uma visita mensal ao pediatra. Já no segundo ano, as visitas podem ser realizadas a cada dois ou três meses. E, a partir dos 2 anos, é recomendada uma consulta a cada seis meses. Na faixa dos 5 anos, em situações normais, a visita pode ser anual.
A pediatra Patrícia Marañon explica que esse número de visitas, principalmente nos primeiros meses, é essencial para avaliar se a criança está ganhando o peso adequado, se o desenvolvimento está de acordo com os marcos estabelecidos e, com isso, realizar, em tempo hábil, qualquer intervenção que se faça necessária.
4 fatores ajudam os pais a identificar momentos ideais de buscar o pediatra
A Dra.Saskia destaca ainda quatro fatores que podem ajudar os pais a identificar os momentos ideais em devem buscar um pediatra para fazer o acompanhamento das crianças, confira:
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1. Vacinação em dia
É importante que os pais verifiquem regularmente o calendário de vacinação de seus filhos e certifiquem-se de que eles estão em dia com todas as imunizações recomendadas. A vacinação é uma medida crucial para proteger a saúde da criança e prevenir doenças graves.
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2. Desenvolvimento comportamental e emocional
O pediatra também pode auxiliar os pais na identificação de problemas comportamentais e emocionais. Se você perceber mudanças significativas no comportamento ou no humor do seu filho, converse com o pediatra para obter orientações e encaminhamentos apropriados, se necessário.
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3. Problemas alimentares
Dificuldades na alimentação, recusa alimentar frequente ou perda significativa de peso devem ser prontamente comunicadas ao pediatra. A nutrição adequada é fundamental para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças.
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4. Problemas emocionais
Cabe lembrar que questões emocionais também afetam a saúde das crianças. Problemas como ansiedade, depressão e dificuldades comportamentais merecem ser avaliados por um pediatra ou profissional de saúde mental especializado em atendimento infantil.
Como escolher o pediatra ideal?
A escolha do pediatra ideal pode ser difícil para algumas famílias. O estilo de vida influencia muito nesse momento, portanto, deve-se levar em conta se o profissional atenderá às necessidades dos pais e, é claro, do bebê.
Uma família vegana, por exemplo, deve buscar um profissional que possibilite à família manter a linha de conduta com a criança, que, neste caso, pode ser um homeopata.
“É fundamental, no entanto, que você tenha um pediatra em quem confie e que possa procurá-lo sempre que precisar. Não apenas para as consultas de rotina, mas também para orientações por telefone ou encaixes em consultas, em casos de febre, mal-estares ou alergias, a fim de evitar idas desnecessárias ao pronto-socorro”, explica Patrícia Marañon.
Utilizar as redes sociais pode ser interessante, de preferência para conseguir uma boa indicação. Mas é fundamental que haja empatia durante a consulta, que se observe a conduta, a paciência e o cuidado do pediatra com a criança, além de garantir que todas as dúvidas sejam sanadas e que as perguntas necessárias para o acompanhamento e desenvolvimento do pequeno tenham sido feitas.
Fonte: Cartão para Todos e Gum
