Pombos serão usados pela Rússia, com chips cerebrais para missões de espionagem

Fonte:golero/Getty Images

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André Luiz Dias Gonçalves

CRÉDITOS: TECMUNDO

A Rússia vai apostar na neurotecnologia para desenvolver o seu mais novo esquadrão de espiões. Trata-se de pombos com chips implantados no cérebro que podem ser controlados à distância, em tempo real, e guiados até o alvo, como revelou o The Sun na quinta-feira (27).

O sistema, desenvolvido pela empresa Neiry e apelidado de “biodrone PJN-1”, envolve pombos comuns que passam por cirurgia para o implante de eletrodos nas proximidades de áreas cerebrais que cuidam da orientação e motivação. O mecanismo é usado para o envio de comandos para as aves.

Espionagem e outras missões

Conectado a uma pequena mochila acoplada às costas, que traz GPS, receptor e outros componentes eletrônicos, o chip implantado no cérebro do pombo recebe os sinais do operador e, a partir daí, o órgão segue as orientações. Segundo a desenvolvedora, os estímulos fazem a ave acreditar que quer seguir a rota informada.

  • É possível enviar sinais que orientem o animal a virar para a esquerda, direita, seguir em frente, retornar e muito mais, rastreando a movimentação simultaneamente;
  • A tecnologia inclui painéis solares que garantem a energia necessária para voar 500 km a cada 24 horas e mais de 3 mil km em uma semana;
  • Os pombos não precisam passar por nenhum tipo de treinamento para serem utilizados nas missões;
  • A empresa não revelou a taxa de mortalidade relacionada à cirurgia para a colocação dos eletrodos, mas afirmou que trabalha para alcançar 100% de sobrevivência.
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Os pombos espiões com chip implantado no cérebro se diferenciam das aves convencionais pelo fio que conecta os eletrodos à mochila. (Imagem: golero/Getty Images)

Como há grandes quantidades de pombos na Rússia, os animais que passam pelo procedimento se misturam às aves comuns sem despertar suspeitas, transportando câmeras minúsculas e sensores. Dessa forma, podem ser enviados em missões de espionagem para monitorar tropas inimigas em áreas de guerra, por exemplo.

Segundo a Neiry, também há a possibilidade de usar os biodrones em diversos outros tipos de missões, como o monitoramento ambiental e de instalações industriais e a vigilância de áreas sensíveis. Ela destaca, ainda, o envio para operações de busca e resgate em locais de acesso complicado.

Programa pode incluir outras aves

O projeto que usa neurochip permite controlar remotamente qualquer animal que passe pela cirurgia, conforme a empresa financiada por aliados do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Com isso, ela planeja realizar a implantação em outras aves, futuramente, além dos pombos.

A ideia é expandir a iniciativa para aves de porte maior, como corvos, que fariam o transporte de cargas pesadas, e gaivotas, para patrulhar regiões costeiras. Já o albatroz com chip implantado poderiar participar de grandes operações marítimas, substituindo os drones.

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