Com um investimento inicial de cerca de R$ 2,6 bilhões e todas as licenças ambientais emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – LP 498/2014 e LI 1436/2023 -, a Fase 1 contemplará a construção da infraestrutura portuária necessária para acomodar um terminal de granéis líquidos de águas profundas. O terminal será dedicado ao transbordo de petróleo entre navios (ship-to-ship), em área protegida, oferecendo segurança e eficiência para operações com embarcações de grande porte, como os Very Large Crude Carriers (VLCCs).
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A primeira intervenção será a supressão vegetal, com a remoção de cerca de 65 hectares, parte de um total de 2 mil hectares licenciados para o projeto. Para chegar nesse momento, desde 2020, medidas compensatórias vêm sendo implementadas, como o plantio de mais de 12 mil mudas nativas nas áreas de compensação florestal, com a meta de atingir 100 mil mudas plantadas ao longo da Fase 1. O resgate de fauna terrestre, iniciado em novembro de 2024, integra o plano ambiental e inclui parcerias com instituições como o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), campus Alegre, e a realocação de espécies em áreas protegidas.
O cronograma da primeira fase do porto prevê a conclusão das obras até meados de 2027, com início das operações em dezembro do mesmo ano. As etapas incluem a conclusão da supressão vegetal, seguida pelas obras civis de terraplanagem e implantação do canteiro de obras. Também estão previstas a produção, transporte e armazenagem de rochas para o quebra-mar sul, a instalação da central de fabricação dos elementos de concreto e a dragagem do canal de acesso. Um destaque desta fase é a adoção do Programa de Dragagem Adaptativa (PGDA), iniciativa pioneira no Brasil, que utiliza alta tecnologia para minimizar os impactos ambientais durante as obras marítimas.
No pico das obras da Fase 1, devem ser empregados até 1.295 trabalhadores diretos, sendo a meta que 70% seja proveniente da mão de obra local. Existe prioridade por fornecedores e trabalhadores das áreas de influência do porto e o empreendimento tem desencorajado fortemente que trabalhadores de outras regiões migrem em busca de oportunidades.
Reconhecido como um projeto estruturante e prioritário no Espírito Santo e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, o Porto Central conta com uma localização estratégica no centro da costa brasileira próxima às bacias do Pré-sal, aos principais mercados e às principais rodovias e ferrovias, o que coloca o empreendimento em posição de destaque no cenário nacional.
Outro diferencial é sua integração com a malha logística nacional. Além do modal rodoviário já consolidado, existem projetos para conectar o porto à Ferrovia EF-118, que ligará o Espírito Santo ao Centro-Oeste com as ferrovias existentes EFVM e FCA, e à EF-352, planejada para expandir as rotas de escoamento de cargas agrícolas e industriais.
Modelo multipropósito
O masterplan abrange uma área de 2.000 hectares, com profundidades marítimas de até 25 metros, e 54 berços destinados a operações que vão além do setor de petróleo e derivados. O projeto foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.
Com enfoque na sustentabilidade, o Porto Central se posiciona como uma infraestrutura estratégica para integrar operações de energias renováveis, como parques solares e eólicas offshore, e para apoiar estratégias de descarbonização e transição energética, incluindo projetos ligados ao hidrogênio. Seu desenvolvimento será implementado em fases, alinhado às demandas do mercado e às necessidades dos clientes, garantindo flexibilidade, eficiência e alinhamento estratégico ao crescimento do empreendimento.