Os motoristas fazem fila para comprar combustível em um posto de gasolina em Havana, Cuba, 28 de fevereiro de 2024. Os cubanos, ainda sofrendo com meses de apagões que duraram horas, agora têm um novo problema em mãos: escassez de combustível.Muitos postos de gasolina na ilha estão fechados há dias, pois uma escassez anormalmente grave deixou o país quase sem gasolina e diesel, deixando motoristas presos e gerando filas aparentemente intermináveis nos postos de gasolina em Havana.”Estamos esperando um caminhão de combustível chegar há três dias”, disse Armando Corrales do assento do motorista de seu Kia SUV cinza em um posto de gasolina na capital. “As pessoas dormiram aqui na fila para não perderem seus lugares.”
A crise mais recente ocorreu logo após três apagões nacionais em dois meses, que deixaram milhões de pessoas no escuro por dias, levando o governo comunista a fechar temporariamente escolas e indústrias não essenciais. Cuba ainda não forneceu uma explicação para o déficit mais recente.Apenas uma quantidade relativamente pequena de combustível foi servida em Havana desde quarta-feira, de acordo com um aplicativo do governo que registra entregas em postos de gasolina individuais.
Autoridades já atribuíram a escassez de combustível ao embargo comercial dos EUA, que já dura décadas, o que complica as transações financeiras de Cuba, tornando mais difícil para o governo comprar combustível no mercado à vista.Os aliados de longa data de Cuba reduziram os embarques de combustível neste ano. A Venezuela enviou 44% menos petróleo bruto e combustível para a ilha caribenha durante o período de janeiro a novembro, de acordo com dados de monitoramento de petroleiros e documentos da empresa estatal venezuelana PDVSA.
O México, que se tornou um fornecedor regular para a ilha, compensou parte da diferença. Mas tanto a Venezuela quanto o México enviam principalmente petróleo bruto para Cuba, cujas refinarias obsoletas devem usá-lo para fazer gasolina e diesel para carros, caminhões e geradores.Cuba começou este ano a vender combustível em dólares a preços não subsidiados, em paridade com os vizinhos regionais. O governo disse que isso era necessário, em parte, para levantar moeda estrangeira suficiente para garantir um suprimento estável na bomba.
Até mesmo os “postos de gasolina de dólar”, muito mais caros, fracassaram esta semana, disse Jorge Figueredo enquanto esperava para abastecer no subúrbio de Miramar, em Havana.”As filas agora são quilométricas, mesmo quando você vai comprar combustível em dólares”, disse Figueredo.
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Reportagem de Dave Sherwood e Nelson Acosta, reportagem adicional de Carlos Carrillo e Mario Fuentes em Havana e Marianna Parraga em Houston; Edição de David Gregório
