Artilheiro da Copa do Mundo de 1994 e ex-deputado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por três mandatos, o tetracampeão Bebeto visitou nesta segunda-feira (03/11) a exposição que celebra os 75 anos do Maracanã, no Palácio Tiradentes – sede histórica da Alerj. A mostra, promovida pelo Parlamento e idealizada pelo colecionador Alex Braga, tem a entrada gratuita, e foi prorrogada para visitação até o dia 10/11.
Bebeto destacou a importância de se preservar a memória do estádio mais emblemático do futebol brasileiro. Ele apoiou também a sugestão dada pelo ex-craque da Seleção Brasileira Zico ao presidente da Alerj, o deputado Rodrigo Bacellar (União), de criar o Museu do Futebol do Rio.
“Reviver parte desses 75 anos da história do Maracanã foi muito especial. Este estádio representa a realização de um sonho. Quando eu era menino, lá em Salvador, com 10 ou 11 anos, sonhava jogar aqui com meus ídolos – Zico, Adílio, Andrade – que a vida depois me deu como irmãos. Deus foi maravilhoso comigo: cheguei ao Flamengo, joguei ao lado do Zico e consegui fazer história. Estou entre os dez maiores artilheiros do Maracanã. Já atuei em vários estádios do mundo, inclusive em Wembley, mas nenhum é como o Maracanã. Aqui é emoção pura”, disse Bebeto.
Museu do futebol do Rio
O ex-jogador também elogiou a sugestão feita por Zico e disse que o esporte já faz parte do cotidiano do brasileiro e precisa ser sempre enaltecido. “Essa ideia é maravilhosa, ainda mais vinda do Galinho. Ele e o Roberto Dinamite foram minhas grandes inspirações. Tive a honra de jogar com os dois, mesmo que por pouco tempo, e isso me marcou muito. O futebol é a paixão do nosso povo, e por isso a importância de se ter um espaço como esse no Rio”, completou.
Com mais de 400 peças em exibição, entre itens raros e inéditos, a exposição resgata momentos marcantes da história do esporte e do próprio Maracanã. As peças pertencem a dois colecionadores, entre eles Antônio Martins Peixoto Neto, conhecido como Toninho, que apresentou a mostra ao ex-artilheiro. Além de conduzir Bebeto pela visita, ele reforçou a importância de manter viva a memória do futebol brasileiro.
“Já coleciono esses itens há mais de 30 anos. O futebol é uma grande paixão minha, e viver no Rio, berço e cenário de tantos jogos e eventos históricos, é um privilégio. Se tivéssemos um museu permanente seria algo espetacular. Manteria viva a memória dos jogadores e dos estádios”, explicou Toninho.
Peças e momentos históricos
Logo na entrada do Palácio Tiradentes, os visitantes têm a oportunidade de ver a cadeira perpétua de 1950, símbolo da inauguração do Maracanã. Entre os destaques do acervo estão a bola usada por Pelé em sua despedida da Seleção Brasileira, em 1971, e a camisa autografada por Garrincha em seu último jogo no estádio.
A exposição também apresenta itens que homenageiam a trajetória de Bebeto no futebol. Estão em exibição uma camisa autografada dos tempos de Vasco, a camisa usada na Copa do Mundo de 1994 pela Seleção Brasileira, uma camisa do Deportivo La Coruña (igualmente autografada), além de um quadro com a célebre foto da comemoração “embala neném” e uma revista da Copa de 1994, cuja capa traz o jogador ao lado de Romário.
A curadoria ainda revisita momentos marcantes, como a visita do Papa João Paulo II e o show de Frank Sinatra no Maracanã. O público também pode relembrar jogos e ídolos que fizeram história no futebol brasileiro e mundial, com peças de nomes do esporte como o próprio Zico, Romário, Renato Gaúcho, Maradona, entre outros.