O político afirmou que montou a chapa com o objetivo de repassar o cargo para Tereza Cristina
Simão Pedro Alves Pequeno (PSD), prefeito eleito de Orós, no Ceará, revelou que abrirá mão do cargo em 1º de janeiro de 2025, imediatamente depois da posse. Quem assumirá a prefeitura será sua mãe, Tereza Cristina Pequeno, eleita vice-prefeita e ex-prefeita da cidade nos anos 1990.
Atualmente, Simão ocupa o cargo de suplente de deputado e planeja substituir a deputada Gabriella Aguiar (PSD) e recém-eleita vice-prefeita de Fortaleza na chapa liderada por Evandro Leitão (PT), na Assembleia Legislativa. Gabriella, que está de licença-maternidade, renunciará em 31 de dezembro, o que permitirá que Simão, primeiro suplente do partido, assuma a titularidade do mandato.
O prefeito eleito declarou que já estruturou a chapa com o intuito de transferir o cargo para a mãe
Ao UOL, Simão explicou que já estruturara sua chapa com o objetivo de transferir o cargo para a vice-prefeita caso Gabriella vencesse em Fortaleza. Ele alegou que seu plano já era de domínio público e que, mesmo que Gabriella tivesse perdido, considerava deixar a prefeitura para concorrer ao Legislativo estadual em 2026.
“Isso já era o plano B, se a Gabriella ganhasse”, disse o político. “Ela venceu, vai surgir essa vaga, e não posso perder essa oportunidade. Todos os meus parceiros políticos do município já sabiam dessa possibilidade, a população também sabia, em nenhum momento ela foi enganada.”
Nas eleições de 6 de outubro, Simão conquistou 8,2 mil votos, ou 58,41% dos votos válidos, e superou sua única oponente, Luhanna Urya (PP), em Orós, uma cidade de 21 mil habitantes localizada a 345 km de Fortaleza.
A coligação que o elegeu também incluía os partidos PSB, PDT, PL e a federação PSDB/Cidadania. O político investiu R$ 297,7 mil na campanha.
A decisão de Simão, no entanto, pode motivar ações judiciais, já que a renúncia planejada pode ser vista como uma “fraude eleitoral”.
Atualmente, a prefeitura de Orós, no Ceará, é comandada por um aliado de Simão
Simão justifica sua decisão com o argumento de que confia na experiência de Tereza, que governou Orós de 1993 a 1996. Ele vê na união familiar uma estratégia para o desenvolvimento do município. Simão já foi prefeito em dois mandatos, de 2013 a 2020. Seu pai, Luiz Moreira Pequeno, também administrou a cidade entre 1971 e 1973, e de 1983 a 1988. Atualmente, a prefeitura está sob o comando de Zé Rubens (PSD), aliado de Simão.
Com a mãe na prefeitura e ele na Assembleia, Simão acredita que a administração de Orós se fortalecerá e terá mais acesso a recursos essenciais para o desenvolvimento do município.
“É a melhor conjuntura política que pode existir para um município pequeno do interior do Ceará, que precisa de muitos recursos”, destacou o prefeito eleito.
