Uso do celular e postura: confira dicas para minimizar os impactos

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Posição do corpo ao usarmos o aparelho afeta negativamente a postura e pode provocar problemas de saúde. Saiba como evitar que isso aconteça

Você está lendo esse texto no celular? Se sim, um pedido: observe a posição em que está o seu corpo. A tendência é que sua cabeça esteja inclinada para frente, o que faz com que o peso dela sobre pescoço, ombros e coluna aumente, ampliando também a força necessária para que ela seja sustentada. Com o tempo, o corpo “cede” a essa pressão, o que impacta nossa saúde.

Vários estudos mostram que o uso do celular em excesso pode provocar uma série de problemas de saúde. No Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com dor ocasionada pela postura incorreta ao usar o aparelho, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde a pandemia da Covid-19, em que as telas passaram a ocupar mais espaço no dia a dia das pessoas, é preciso redobrar a atenção e os cuidados.

“O uso prolongado do celular pode prejudicar a postura devido à posição inadequada do corpo”, afirma o profissional de educação física e influenciador Aurélio Alfieri.

Segundo ele, quando usamos excessivamente os celulares, estamos expostos a uma série de problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, tensão muscular, dor no pescoço e nas costas, fadiga ocular e problemas de sono. “A longo prazo, o hábito pode levar a problemas de saúde graves, como desvios na coluna vertebral e hérnia de disco”, completa.

Text neck: como se livrar do pescoço de texto

Entre as consequências deste mau hábito está a “síndrome do pescoço de texto” (text neck), uma lesão por esforço repetitivo que se origina a partir da curvatura do pescoço por longos períodos, assim como a síndrome do túnel do carpo, que causa dor e formigamento na mão e nos dedos a partir da compressão de um nervo das mãos.

O médico ortopedista João Hollanda, explica que entre as queixas mais comuns do uso excessivo do celular está a dor cervical, provocada pela inclinação do pescoço porque a pessoa passa muito tempo olhando para baixo.”  O problema pode começar de forma assintomática e evoluir para uma dor crônica.

“Nesse estágio há manifestações como dores recorrentes no pescoço e nos ombros que podem irradiar para a cabeça e/ou tórax. O paciente também pode sentir formigamento nos braços, além de sintomas oculares e psicológicos, como estresse e ansiedade”, ressalta.

Há casos em que é necessária a intervenção cirúrgica. “É importante ter o controle do uso do celular, não só pelas crianças, mas também pelos adultos. O excesso vai acabar cobrando seu preço”, alerta João Hollanda.

Mãos e cotovelos também sofrem

Dores e lesões nas mãos também são consequências de muitas horas usando o celular. Movimentos realizados de forma quase ininterrupta, como o ato de digitar, podem desencadear a lesão por esforço repetitivo (LER), que tem entre os principais sintomas dores e cãibras nos dedos ou no pulso.

Os cotovelos também podem ser afetados, afinal, são mantidos dobrados durante o uso do smartphone. Quando essa postura é mantida por muito tempo pode provocar dores, cãibras e até mesmo a inflamação das articulações.

Além disso, outra consequência é a síndrome do túnel cubital, caracterizada pela compressão ou estiramento do nervo ulnar, que se estende do ombro até a palma da mão. Esse quadro pode acarretar dormência ou formigamento nos dedos anelar e mínimo, e dor no antebraço.

Minimizando os impactos

O impacto é ainda maior para quem tem uma vida sedentária. Isso porque, além de ampliar o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, doenças ósseas e problemas de saúde mental, o sedentarismo aumenta a tensão muscular e a fadiga.

“Combinado com o uso prolongado do celular, o sedentarismo pode agravar os problemas de postura e aumentar o risco de lesões e dores no corpo. Por isso, é importante equilibrar o tempo de uso do celular com atividades físicas regulares e uma postura adequada”, diz Alfieri.

Cuidados devem ser diários

Como o celular tornou-se companheiro diário das pessoas, tanto nas horas de trabalho quanto nos momentos de lazer, a recomendação dos especialistas é manter os cuidados sempre que for utilizá-lo.

A orientação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) é que as pessoas dividam o tempo que utilizam o celular ao longo do dia para evitar o excesso. Outra orientação é não permanecer na mesma posição por muito tempo. Assim, evita-se possíveis dores no cotovelo.

Já a forma de prevenir quanto à LER e à compressão ou ao estiramento do nervo ulnar é ter atenção ao modo de segurar o aparelho. A SBOT recomenda usar sempre as duas mãos.

Optar por uma vida ativa, com a prática regular de exercícios físicos, também contribui para reduzir os efeitos, principalmente devido ao fortalecimento muscular e do alívio da tensão gerado a partir da movimentação do corpo.

Quando procurar ajuda

O ortopedista João Hollanda reforça a importância de procurar orientação médica quando houver algum sintoma. “Quando as dores tornam-se recorrentes é sinal que o problema tornou-se crônico. Por isso, é melhor não esperar.”

Conciliar o uso do celular com a saúde física é possível, mas depende de estabelecer algumas “normas” para o hábito. É importante fazer pausas regulares e alongar o corpo.

“Também é recomendado manter uma postura adequada ao usar o celular, mantendo as costas retas e a cabeça erguida, e limitar o tempo do uso do equipamento e intercalá-lo com outras atividades, como ler ou caminhar, para descansar o corpo”, orienta Alfieri.

 

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